Reflexões sobre big data, sexualidades, datificação e moralidades no pornô digital: a “novinha” como categoria de classificação e indexação
Resumo O objetivo deste artigo é refletir sobre a relação entre pornografia digital e big data, com foco especial nos modos como a categoria “novinha”, utilizada como forma de classificação de conteúdos pornográficos, circula e é apropriada, transformando-se em dados e métricas. Esta categoria é par...
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Published in | Mana (Rio de Janeiro, Brazil) Vol. 30; no. 2 |
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Format | Journal Article |
Language | English Portuguese |
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Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social - PPGAS-Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
2024
Universidade Federal do Rio de Janeiro |
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Summary: | Resumo O objetivo deste artigo é refletir sobre a relação entre pornografia digital e big data, com foco especial nos modos como a categoria “novinha”, utilizada como forma de classificação de conteúdos pornográficos, circula e é apropriada, transformando-se em dados e métricas. Esta categoria é parte do vocabulário do senso comum no Brasil, sendo bastante utilizada em músicas, em contextos periféricos e como forma de classificar um tipo específico de vivência da adolescência. A perspectiva aqui desenvolvida se baseia em observação etnográfica conduzida no PornHub. Mais especificamente, interessam a esta reflexão as informações divulgadas pelo chamado PornHub Insights, dedicado à publicização e à análise de dados de acesso. A partir disso, busco compreender como a divulgação destes dados - plataformizados e nada neutros - levanta questões relativas à interseção entre sexualidades, moralidades, violência e adolescência, além de funcionar como um índice do que seria parte do comportamento sexual brasileiro. Neste sentido, parto das ideias de “datificação sexual” (Saunders 2020) e de plataformização para entender os processos que transformam práticas sexuais, corpos e sexualidades em dados supostamente quantificáveis, estabelecendo formas de governança das sexualidades. Trago também observações de minha própria navegação pelo PornHub, bem como recortes dos debates suscitados pelos dados de 2016 a partir de publicações no Facebook e no Twitter. Por fim, com o uso do NCapture, trago um mapeamento experimental de como a categoria “novinha” circula pelo Twitter, estando associada a hashtags e postagens que corroboram sua apropriação para indicar conteúdos eróticos. Assim, busco mostrar como esta categoria e seu uso como demarcadora de conteúdos pornográficos coloca em questão os limites da sexualidade (Gregori 2016).
Abstract The purpose of this article is to reflect on the relationship between digital pornography and big data, with a special focus on the ways in which the “novinha” category, used as a way of classifying pornographic content, circulates and is appropriated, transforming itself into data and metrics. This category is part of the common sense vocabulary in Brazil, being widely used in songs, in peripheral contexts and as a way of classifying a specific type of adolescence experience. The perspective developed here is based on ethnographic observation conducted on PornHub. More specifically, this reflection is interested in the information disclosed by PornHub Insights, dedicated to the publication and analysis of access data. From this, I seek to understand how the dissemination of these data - platformized and far from neutral - raises questions related to the intersection between sexualities, moralities, violence and adolescence, in addition to functioning as an index of what would be part of Brazilian sexual behavior. In this sense, as proposed by Saunders (2020), I start from the idea of “sexual datafication” (Saunders 2020), which transforms sexual practices, bodies and sexualities into supposedly quantifiable data, establishing forms of governance of sexualities. In addition to the data from PornHub Insights, I also bring observations from my own browsing through PornHub, as well as excerpts from the debates raised by the 2016 data from publications on Facebook and Twitter. Finally, using Nvivo Capture, I bring an experimental mapping of how the “novinha” category circulates on Twitter, being associated with hashtags and posts that corroborate its appropriation to indicate erotic content. Thus, I seek to show how this category and its use as a demarcator of pornographic content calls into question the limits of sexuality (Gregori 2016).
Resumen El propósito de este artículo es reflexionar sobre la relación entre la pornografía digital y el big data, con especial atención a las formas en que la categoría “novinha”, utilizada como forma de clasificar los contenidos pornográficos, circula y se apropia, transformándose en datos y métricas. Esta categoría forma parte del vocabulario de sentido común en Brasil, siendo ampliamente utilizada en canciones, en contextos periféricos y como forma de clasificar un tipo específico de experiencia adolescente. La perspectiva desarrollada aquí se basa en la observación etnográfica realizada en PornHub. Más concretamente, esta reflexión se interesa por la información que divulgan los denominados PornHub Insights, dedicados a la publicación y análisis de los datos de acceso. A partir de eso, busco comprender cómo la difusión de esos datos -plataformizados y lejos de ser neutrales- suscita cuestiones relacionadas con la intersección entre sexualidades, moralidades, violencia y adolescencia, además de funcionar como un índice de lo que sería parte de la sexualidad brasileña de comportamiento. En este sentido, como propone Saunders (2020), parto de la idea de “datificación sexual”, que transforma las prácticas sexuales, los cuerpos y las sexualidades en datos supuestamente cuantificables, estableciendo formas de gobierno de las sexualidades. Además de los datos de PornHub Insights, también traigo observaciones de mi propia navegación en PornHub, así como extractos de los debates suscitados por los datos de 2016 de publicaciones en Facebook y Twitter. Finalmente, utilizando Nvivo Capture, realizo un mapeo experimental de cómo circula la categoría “novinha” en Twitter, asociándose a hashtags y publicaciones que corroboran su apropiación para indicar contenido erótico. Así, busco mostrar cómo esta categoría y su uso como delimitador de contenidos pornográficos cuestiona los límites de la sexualidad (Gregori 2016). |
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ISSN: | 0104-9313 1678-4944 1678-4944 |
DOI: | 10.1590/1678-49442024v30n2e2024015.pt |