Microbiota fúngica da conjuntiva, da cana-de-açúcar e de anemófilos da região canavieira de Monte Belo - Minas Gerais

OBJETIVO: Avaliar a incidência de fungos na conjuntiva ocular de trabalhadores no corte de cana-de-açúcar bem como no ambiente canavieiro. MÉTODOS: Neste estudo, foram feitos "swabs" da conjuntiva ocular de 100 trabalhadores de ambos os sexos, sendo 86 do sexo masculino e 14 do feminino, e...

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Published inArquivos brasileiros de oftalmologia Vol. 70; no. 3; pp. 445 - 449
Main Authors Dalfré, Joyce Treinta, Rodrigues, João Paulo Brandão, Donato, Bruno Guimarães, Giancoli Neto, Armando, Carvalho, Juliano Lopes de, Oliveira, Daniel Iscold de Andrade, Pereira, Maria Aparecida, Fiorini, João Evangelista
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Conselho Brasileiro de Oftalmologia 01.06.2007
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Summary:OBJETIVO: Avaliar a incidência de fungos na conjuntiva ocular de trabalhadores no corte de cana-de-açúcar bem como no ambiente canavieiro. MÉTODOS: Neste estudo, foram feitos "swabs" da conjuntiva ocular de 100 trabalhadores de ambos os sexos, sendo 86 do sexo masculino e 14 do feminino, e coleta do material das folhas e colmo do canavial, bem como do ar ambiente que foram em seguida semeados em meios específicos para fungos. Após incubação a 25°C por um período de até 15 dias, as placas foram analisadas sendo as Unidades Formadoras de Colônias (UFC) identificadas com técnicas micológicas convencionais. RESULTADO: Dos 100 trabalhadores envolvidos na pesquisa, 64 apresentaram um ou mais gêneros de fungos, sendo 54 (84,38%) identificados em indivíduos do sexo masculino e 10 (15,62%) identificados em indivíduos do sexo feminino. A divisão dos trabalhadores por faixa etária, demonstrou que a freqüência dos fungos observados não foi uniforme. As maiores incidências foram encontradas nas faixas etárias mais avançadas, sendo que o aumento de positividade encontrado foi considerado estatisticamente significativo (p£0,05). A freqüência mais baixa (50%) ocorreu no intervalo de 11 a 20 anos, que apresentou o menor número de pessoas examinadas. A maior positividade foi verificada no intervalo de 31-40 e 51-60 anos. Em 60 trabalhadores (93,75%) foi isolado somente um gênero; em 3 (4,69%) dois gêneros e em apenas 1 trabalhador (1,56%) foram isolados três gêneros de fungos. Os fungos mais freqüentemente isolados foram Fusarium sp (43,76%) e Geotrichum sp (23,44%), seguidos de Cladosporum sp (9,38%), Penicillium sp (7,81%), Mucor sp (9,38%) e Oidium sp (7,81%). Os gêneros mais encontrados nas folhas, colmo e ar foram Aspergillus, Penicillium, Fusarium, Cladosporium e Rhizopus. CONCLUSÃO: Apesar de não terem sido analisados os dados que contribuíram para a alta incidência de isolamento de fungos da conjuntiva 67%), é possível que as condições ambientais, o padrão socioeconômico e as más condições higiênicas gerais e pessoais, aliadas à falta de informação sobre normas de profilaxia, influenciaram nos resultados. A incidência foi muito superior no sexo masculino (84,38%) em contraposição ao feminino (15,62%). Os fungos anemófilos e os isolados do colmo e folhas foram semelhantes aos já descritos na literatura. Os isolados de fungos filamentosos foram superiores aos de leveduras, havendo uma certa correlação entre estes e os isolados da conjuntiva.
ISSN:0004-2749
1678-2925
DOI:10.1590/S0004-27492007000300011