TRADUÇÃO E/COMO SOFT POWER: LITERATURA LATINO-AMERICANA NOS EUA DURANTE A GUERRA FRIA

Resumo Este ensaio trata do crescimento do campo de traduções da literatura latino-americana nos EUA no período compreendido entre a Segunda Guerra Mundial e a década de 1970. Em particular, mostra como agentes privados - editoras, tradutores e organizações filantrópicas, por exemplo - estrategicame...

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Published inMachado de Assis em Linha Vol. 16
Main Author COHN, DEBORAH
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Universidade de São Paulo - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas 2023
Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
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Summary:Resumo Este ensaio trata do crescimento do campo de traduções da literatura latino-americana nos EUA no período compreendido entre a Segunda Guerra Mundial e a década de 1970. Em particular, mostra como agentes privados - editoras, tradutores e organizações filantrópicas, por exemplo - estrategicamente impulsionaram a tradução da literatura da região como uma forma de diplomacia do livro, em que as publicações são subsidiadas, traduzidas e divulgadas como meio de estabelecer uma relação de boa vontade com seus autores e defensores e, em última análise, com seus compatriotas latino-americanos. Começo examinando os esforços do editor Alfred A. Knopf para traduzir a literatura latino-americana, ao mesmo tempo em que exploro os esforços de tradução e diplomacia cultural de Harriet de Onís, principal tradutora de Knopf para o espanhol e o português de 1950 até o final dos anos 1960. Posteriormente, discuto dois programas de subsídio à tradução das décadas de 1960 e 1970, criados por diferentes programas de filantropia da Fundação Rockefeller com o objetivo de apresentar os EUA e o sistema democrático de forma positiva aos escritores latino-americanos em uma época de fervor revolucionário e forte antiamericanismo na região. Em ambos os casos, a literatura e os autores brasileiros - incluindo, é claro, Machado de Assis - desempenham um papel de destaque. Concluo com uma breve discussão sobre como o movimento de traduzir Machado de Assis para o inglês nos EUA no início dos anos 1950 se encaixa, ou não, nesse panorama mais amplo. Abstract This essay explores the growth of the field of Latin American literature in translation in the U.S. from the second World War through the 1970s. In particular, I focus on how private actors such as publishers, translators, and philanthropic organizations strategically pushed to translate literature from the region as a mode of book diplomacy, whereby publications are subsidized, translated, and disseminated as means of establishing goodwill with their authors and advocates, and, ultimately, with their Latin American compatriots. I begin by examining publisher Alfred A. Knopf's efforts to translate Latin American literature, while also exploring the translation and cultural diplomacy efforts of Harriet de Onís, Knopf's main translator for Spanish and Portuguese from 1950 through the late 1960s. Subsequently, I discuss two translation subsidy programs from the 1960s and 1970s that were founded by different Rockefeller philanthropies with an eye towards casting the U.S. and the democratic system in a positive light for Latin American writers at a time when revolutionary fervor and anti-Americanism were running high in the region. In each case, Brazilian literature and authors-including, of course, Machado de Assis-play a prominent role. I end with a brief discussion of how the move to translate Machado de Assis into English in the U.S. in the early 1950s fits into this broader panorama-or doesn't.
ISSN:1983-6821
1983-6821
DOI:10.1590/1983-682120231618pt