Desejo na biopolítica do agora: performatividades escalares em um aplicativo de encontros homoafetivos

RESUMO Com base na biopolítica do agora - um processo que envolve tanto a reocidentalização do mundo como a estabilidade dinâmica contemporânea - e em uma ideologia linguística performativa, este artigo relata uma etnografia da mobilidade em um aplicativo para encontros homoafetivos. Analisam-se per...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inRevista de documentação de estudos em lingüística teórica e aplicada Vol. 36; no. 3
Main Author Lopes, Luiz Paulo da Moita
Format Journal Article
LanguagePortuguese
English
Published Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP 2020
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Subjects
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:RESUMO Com base na biopolítica do agora - um processo que envolve tanto a reocidentalização do mundo como a estabilidade dinâmica contemporânea - e em uma ideologia linguística performativa, este artigo relata uma etnografia da mobilidade em um aplicativo para encontros homoafetivos. Analisam-se performatividades escalares interseccionais de gênero, sexualidade e raça. São usados também os construtos teórico-analíticos de indexicalidade e escalas, que operam na compreensão de como os corpos são semiotizados no aplicativo. São focalizadas duas entrevistas etnográficas com dois participantes. Apesar da miríade de corpos e desejos semiotizados em uma dimensão acelerada, a matriz de inteligibilidade para os corpos de homens homoeróticos racializados em operação chama atenção para dois processos de projeções escalares. Esses remetem à reocidentalização do mundo tanto em relação a performatividades de masculinidade hegemônica como a performatividades racistas antinegros. Evoco a necessidade de pensar uma futuridade alternativa política radical em conjunto com uma visão crítica da biopolítica do agora. ABSTRACT Considering the biopolitics of the now - a process that includes both the re-occidentalization of the world and contemporary dynamic stability - and a performative linguistic ideology, the article reports on an ethnography of mobility in a homoaffective dating app. It does so by analysing interseccional scalar performativities of gender, sexuality and race. The theoretical-analytic constructs of indexicality and scale are also relied on to illuminate how bodies are semiotized in the app. Two ethnographic interviews with two participants are focused on. Despite the myriad bodies and desires semiotized in an accelerated dimension, the intelligibilty matrix for racialized homoerotic male bodies in operation draws attention to two scale projections which speak to the re-occidentalization of the world both in relation to hegemonic masculinity performativities and to anti-black racist performativities. The article ends by evoking an alternative radical political futurity in conjunction with a critical view of the biopolitics of the now.
ISSN:0102-4450
1678-460X
1678-460X
DOI:10.1590/1678-460x2020360306