Manuais didáticos em questão: propostas de ensino da História da América (1971 e 2011)

Analisa diferentes propostas para o ensino/aprendizagem de conteúdos de História da América presentes em dois manuais didáticos: o Cadernos MEC: História da América (1971) e História Geral e do Brasil (2011). A análise orienta-se pelo método regressivo (BLOCH, 2001), em busca de permanências e desco...

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Published inTempo e Argumento Vol. 13; no. 32; p. e0205
Main Authors Luiz, Miriã Lúcia, Berto, Rosianny Campos
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Universidade do Estado de Santa Catarina 15.04.2021
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Summary:Analisa diferentes propostas para o ensino/aprendizagem de conteúdos de História da América presentes em dois manuais didáticos: o Cadernos MEC: História da América (1971) e História Geral e do Brasil (2011). A análise orienta-se pelo método regressivo (BLOCH, 2001), em busca de permanências e descontinuidades nas disciplinas escolares, de modo geral, e no Ensino de História, em particular. Além do intervalo de quarenta anos entre as publicações, os manuais se distanciam quanto aos aspectos pedagógicos e historiográficos: o Cadernos MEC: História da América varia entre indícios do ideário escolanovista e de uma perspectiva tradicional, com atividades pautadas no método mnemônico; a obra didática de Vicentino e Dorigo (2011) compõe-se de atividades que favorecem a autonomia intelectual dos estudantes, o que indica uma adequação do conteúdo pedagógico a princípios neoliberais, ao privilegiar o protagonismo de cada estudante em seu processo de aprendizagem. Quanto à concepção de História, o manual de 1971 apresenta algumas feições positivistas, com centralidade em datas e fatos de personagens de uma história predominantemente política. Na seção assessoria pedagógica da obra de 2011 há referências com possíveis interpretações derrotistas da América Espanhola, com foco na exploração e violência dos “vencedores sobre os vencidos”, contudo, os exercícios se alinham aos pressupostos da Nova História, o que permite a elaboração do conhecimento histórico pelos estudantes, por meio da análise interna e externa de fontes iconográficas, da interpretação de textos historiográficos e da multiplicidade de abordagens e de fontes históricas. Compreender quais sujeitos têm lugar nas expectativas curriculares é escolha crucial para a composição da tapeçaria a ser tecida pelo historiador (GINZBURG, 2007), mas também ajuda a pensar o papel dos manuais didáticos, como produtos que são, carregados de intenções.
ISSN:2175-1803
2175-1803
DOI:10.5965/2175180313322021e0205