O que nasce do nada

Les mots et les choses é definida por Foucault como uma história arqueológica dos saberes modernos. É, pois, uma história do presente. Reconhece-se que o presente, denominado modernidade, configura um espaço epistemológico radicalmente novo. Os primeiros sinais dessa novidade podem ser detectados já...

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Published inRevista de filosofia Aurora = Journal of philosophy Aurora Vol. 28; no. 45; pp. 843 - 858
Main Author Ternes, José
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Editora Universitária Champagnat - PUCPRESS 07.04.2016
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Summary:Les mots et les choses é definida por Foucault como uma história arqueológica dos saberes modernos. É, pois, uma história do presente. Reconhece-se que o presente, denominado modernidade, configura um espaço epistemológico radicalmente novo. Os primeiros sinais dessa novidade podem ser detectados já na segunda metade do século XVIII. É o Cogito envelhecido. Com Kant, o aparecimento da vida, do trabalho e da linguagem, o conhecimento por imagens não mais se sustenta. Com esses novos objetos, e especialmente com a filosofia crítica, conhecer exige haver-se com um campo transcendental, aonde o cogito se abre para o não pensamento. Onde o sujeito se torna função de pensamento. Antes que representar, inventar. Gesto que abre a possibilidade de algo ausente em toda a história da cultura ocidental: a literatura. Não se trata de desprezar obras literárias de épocas anteriores, mas esse estatuto seríamos nós que, retrospectivamente, lhes conferimos. Escrever era comunicar uma verdade, quer dos heróis fundadores (epopeia) quer do futuro (profecia), quer da natureza (prosa do mundo). Na literatura a linguagem comparece em seu ser. Suas verdades (irrealidades) nascem do nada.
ISSN:0104-4443
1980-5934
DOI:10.7213/1980-5934.28.045.DS06