ESTRATÉGIAS PARA IMPLANTAÇÃO DA TÉCNICA DE SEQUENCIAMENTO GENÉTICO NA REGIÃO NORDESTE DO BRASIL: DESAFIOS E RESULTADOS PRELIMINARES

Introdução: No âmbito da hematologia, o sequenciamento de última geração (NGS) evoluiu rapidamente nos últimos anos como uma alternativa eficiente para a análise genética de pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) e síndrome mielodisplásica (SMD). Logo, a descrição deste projeto,o qual se encont...

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Published inHematology, Transfusion and Cell Therapy Vol. 45; pp. S952 - S953
Main Authors Filho, FBD, Rebouças, LPR, Lima, DMP, Oliveira, CAD, Duarte, JVA, Duarte, IA, Guedes, RLM, Cervato, MC, Santos, TEJD, Duarte, FB
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier 01.10.2023
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Summary:Introdução: No âmbito da hematologia, o sequenciamento de última geração (NGS) evoluiu rapidamente nos últimos anos como uma alternativa eficiente para a análise genética de pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) e síndrome mielodisplásica (SMD). Logo, a descrição deste projeto,o qual se encontra em andamento, visa apresentar um entendimento substancial das contribuições genéticas, fenotípicas e prognósticas promovidas por essa nova tecnologia. Objetivos: Analisar as particularidades dos pacientes com LMA e SMD, realizar sequenciamento genético no DNA destes indivíduos, mediante o uso do NGS, à procura de contribuições genéticas específicas, relações clínicas e epidemiológicas, assim como valor prognóstico desta paisagem genômica heterogênea. Métodos: Trata-se de um estudo coorte prospectivo, no qual serão selecionados 50 pacientes do Hospital Universitário Walter Cantídio, com LMA e/ou SMD,os quais serão submetidos a um formulário que avalia dados e características clínicas, sociológicos e prognósticos, e à coleta do material para realização do NGS e sua posterior avaliação. Resultados: A partir da análise de dados dos atuais pacientes com laudo do NGS no estudo (N = 13), pode-se observar inicialmente a prevalência das mutações no gene TP53, encontrada em 69,2% dos pacientes estudados, com média de 1,1 mutações por gene e apresentando também uma média de 35,2% de fração alélica, sendo 5 dos pacientes com esse valor superior ou igual a 30%. Além disso, os genes ROS1, SF3B1, EZH2 também apresentaram prevalências elevadas entre os pacientes, totalizando isoladamente 61,5% de prevalência. Entre estes, deve-se ressaltar o número de variantes mutadas no gene ROS1, que apresentou média de 2,1 mutações por gene. A mutação dos genes HRAS, PTPN11, WT1, PDGRFB, U2AF1, NRAS, MYD88, IDH2 e DNMT3A se mostraram como as menos frequentes na amostra,aparecendo em apenas 7,69% dos pacientes. Discussão: Diante desse quadro, tem-se destacado a importância do gene TP53, o qual se caracteriza por ser o produto genético mais comumente mutado no câncer humano. Nessa mesma linha de pensamento, a concomitância da mutação do gene TP53 no acometimento das citopenias, principalmente LMA e SMD, tem-se demonstrado a aberração mais frequente na coorte analisada com uma fração alélica relevante para um critério de um mau prognóstico. Ademais, o proto-oncogene ROS1, o qual é responsável por dirigir inibidores de tirosina quinase (TKIs) que são terapêticamente ativos contra cânceres, vem apresentando um número elevado de mutações nas doenças hematológicas o que sugere o sua participação nos marcadores de mau prognóstico no curso de tais patologias. Conclusão: A SMD é um grupo de distúrbios clonais das células-tronco hematopoiéticas caracterizadas por displasia, hematopoiese ineficaz e um risco variável de progressão para LMA. Assim, faz-se necessário estimar, por meio do NGS, os subtiposde relevância diagnóstica e prognóstica presentes nessas patologias para aumentar seus potenciais de cura. Portanto, nessa descrição conseguimos evidenciar a prevalência elevada do gene TP53, o que comprova a eficácia desse método, além da importância deste para os pacientes portadores de SMD e LMA. Entretanto, ainda é necessário o fechamento desse estudo para uma melhor coligação dos resultados obtidos e a aplicabilidade nos pacientes com tais patologias.
ISSN:2531-1379
DOI:10.1016/j.htct.2023.09.1711