A hanseníase e o seu processo diagnóstico
Este estudo tem como objetivo identificar nos relatos de pacientes de hanseníase as principais dificuldades sentidas para obtenção do diagnóstico da doença. Utilizou-se uma abordagem qualitativa com análise de entrevistas semi-estruturadas feitas aos portadores de hanseníase no ambulatório de Dermat...
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Published in | Hansenologia internationalis Vol. 32; no. 1 |
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Main Authors | , , , |
Format | Journal Article |
Language | English |
Published |
Instituto Lauro de Souza Lima
30.06.2007
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Summary: | Este estudo tem como objetivo identificar nos relatos de pacientes de hanseníase as principais dificuldades sentidas para obtenção do diagnóstico da doença. Utilizou-se uma abordagem qualitativa com análise de entrevistas semi-estruturadas feitas aos portadores de hanseníase no ambulatório de Dermatologia Sanitária do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, Recife-PE. Entrevistaram-se 21 pacientes, entre 9 a 73 anos, no período de dezembro de 2004 a janeiro de 2005. A maioria dos entrevistados apresentou diagnóstico tardio da doença. Da análise do conteúdo emergiram quatro categorias: estigma da hanseníase, percepção de estar doente, conhecimento sobre a doença e baixa resolutividade do serviço. Sentimentos de medo, rejeição e negação da doença dificultaram o diagnóstico precoce de um dos entrevistados. Uma parte dos entrevistados só percebeu algum sinal da doença quando já apresentavam a doença nas formas clínicas polarizadas e transmissíveis. Outros, por desconhecimento ou conhecerem de forma limitada a doença retardaram a procura ao serviço. A maioria considerou que o diagnóstico tardio estava relacionado, sobretudo à baixa resolutividade do serviço na confirmação dos casos. Alguns demoraram cerca de 3 anos desde a primeira procura ao serviço até o diagnóstico. O estudo revelou que as dificuldades que os entrevistados encontraram para o diagnóstico da hanseníase estavam relacionadas ao estigma, a não percepção, ao desconhecimento ou conhecimento limitado da doença e a procura ao serviço. Os resultados sugerem que, o estigma da doença ainda persiste no imaginário da população, a qual apresenta um desconhecimento sobre as características da doença. O resultado mais preocupante se refere à qualificação dos profissionais no diagnóstico da enfermidade. |
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ISSN: | 1982-5161 |
DOI: | 10.47878/hi.2007.v32.35185 |