Violência por parceiro íntimo durante a gravidez: um estudo de prevalência no Distrito Sanitário II da cidade do Recife

A violência de gênero é um problema persistente que afeta a vida de muitas mulheres e suas famílias. Violência por parceiro íntimo (VPI) refere-se a episódios de violência física, sexual ou psicológica cometida por parceiros. Este trabalho teve como objetivo investigar a prevalência de VPI e seus fa...

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Published inRevista brasileira de medicina de família e comunidade Vol. 3; no. 12; p. 312
Main Author Paz, Alcieros Martins da
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade 17.11.2008
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Summary:A violência de gênero é um problema persistente que afeta a vida de muitas mulheres e suas famílias. Violência por parceiro íntimo (VPI) refere-se a episódios de violência física, sexual ou psicológica cometida por parceiros. Este trabalho teve como objetivo investigar a prevalência de VPI e seus fatores associados em mulheres grávidas com idades entre 18 e 49 anos acompanhadas pelo Programa de Saúde da Família do Distrito Sanitário II da Cidade do Recife. Foram entrevistadas 400 mulheres que se encontravam a partir da trigésima primeira semana de gestação. Encontrou-se uma prevalência de 28,5% para todas as formas de violência durante a gravidez. As violências psicológica, física e sexual sozinhas tiveram prevalências de 26,7%; 11,5% e 4,0%; respectivamente. A prevalência de violência antes da gravidez foi de 28,8%, e do total dessas mulheres 66,6% continuaram a ser agredidas durante a gestação, sendo esta um forte indicador de abuso subseqüente. A violência foi maior entre as mulheres mais jovens, sem relacionamento estável, de raça não branca, com menos de cinco anos de estudo, desempregadas, sem renda própria e que possuíam em suas residências menos de quatro bens duráveis. Os parceiros com maior probabilidade de cometer violência foram aqueles mais jovens, com menos de cinco anos de estudo e que consumiam álcool e outras drogas. A alta prevalência das várias formas de violência encontrada em mulheres acompanhadas por um programa da atenção básica reforça a necessidade dos profissionais de saúde investigarem o agravo e instituírem estratégias de prevenção do mesmo.
ISSN:1809-5909
2179-7994
DOI:10.5712/rbmfc3(12)372