Caracterização das Infeções Osteoarticulares Associadas a Prótese num hospital central, entre 2016 e 2022

Introdução: A infeção protésica é das complicações mais temíveis no decorrer de uma artroplastia e, dada a sua natureza multidisciplinar, a abordagem clínica permanece um desafio. Assim, é fundamental a cooperação entre especialidades médicas e cirúrgicas, destacando que um diagnóstico microbiológic...

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Published inRevSALUS Vol. 5; no. Supii; p. 10
Main Authors Silva, Paulo, Ferreira, Stéphanie, Amorim, Manuela
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Rede Académica das Ciências da Saúde da Lusofonia - RACS 01.01.2024
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Summary:Introdução: A infeção protésica é das complicações mais temíveis no decorrer de uma artroplastia e, dada a sua natureza multidisciplinar, a abordagem clínica permanece um desafio. Assim, é fundamental a cooperação entre especialidades médicas e cirúrgicas, destacando que um diagnóstico microbiológico o mais preciso possível é crucial para um tratamento efetivo (McNally M et al., 2021). Objetivos: Caracterizar as Infeções Osteoarticulares Associadas a Prótese (IOAP) em doentes do CHUdSA, designadamente analisar o perfil microbiológico, avaliar o perfil de suscetibilidade antimicrobiana dos microrganismos isolados e averiguar os locais anatómicos mais afetados nestas infeções. Material e Métodos: Realizou-se um estudo descritivo transversal recorrendo a uma amostra de registos de IOAP de doentes do CHUdSA, entre 2016 e 2022. Resultados: Foram incluídos 189 casos de IOAP (anca: n = 97; joelho: n = 85; ombro: n = 7). Os microrganismos mais frequentes foram Staphylococcus coagulase-negativo (SCoN) (n = 205, 46,91%), dos quais 56,59% (n = 116) correspondem a Staphylococcus epidermidis, seguido pelo Staphylococcus aureus (n = 44, 10,07%) e Streptococcus (n = 28, 6,41%). Bactérias Gram-negativo e fungos foram detetados em 21,28% (n = 93) e 1,83% (n = 8) de todos os casos, respetivamente. 41,49% dos Staphylococcus apresentaram resistência à oxacilina, dos quais 70,83% correspondem a S.epidermidis e 11,46% a S.aureus. Em relação à Pseudomonas, 52,94% apresentaram resistência à ciprofloxacina. Conclusões: A maioria dos agentes patogénicos isolados neste estudo corresponde a SCoN. Dos antibióticos testados, a oxacilina foi o que apresentou maior frequência de resistência, conferida, sobretudo, pelo S.epidermidis. O MRSE é, atualmente, uma das problemáticas centrais das IOAP, acarretando elevada incidência de infeções persistentes (Rosteius T et al., 2018). A resistência à ciprofloxacina é preocupante pelo impacto nevrálgico na indução de outras resistências, pelo que a sua redução é um dos objetivos do PPCIRA (DGS, 2021). O microambiente ósseo e a sua dinâmica fazem das IOAP um objeto de estudo complexo (McNally M et al., 2021). Futuramente, propõe-se a realização de estudos que avaliem outras variáveis como comorbilidades, material protésico e tipologia de infeção, a fim de se obter maior informação sobre o seu impacto na patogénese destas infeções.
ISSN:2184-4860
2184-836X
DOI:10.51126/revsalus.v5iSupii.662