Terapia cognitivo-comportamental com intervenção familiar para crianças e adolescentes com transtorno obsessivo-compulsivo: uma revisão sistemática

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença mental grave, com graves consequências para a dinâmica familiar. Desta forma, o envolvimento dos pais parece ser determinante na resolução dos sintomas desse transtorno. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade da evidência para a recomenda...

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Published inRevista de psiquiatria do Rio Grande do Sul : órgão oficial da Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul Vol. 33; no. 2; pp. 121 - 127
Main Authors Gomes, Juliana Braga, Matte, Breno Córdova, Vivan, Analise, Viana, Ana Cristina Wesner, Bortoncello, Cristiane Flôres, Salum, Giovanni Abrahão, Zottis, Graziela Aline Hartmann
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Sociedade de Psiquiatria do Rio Grande do Sul 2011
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Summary:O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é uma doença mental grave, com graves consequências para a dinâmica familiar. Desta forma, o envolvimento dos pais parece ser determinante na resolução dos sintomas desse transtorno. O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade da evidência para a recomendação de terapia cognitivo-comportamental (TCC) com intervenção familiar para crianças e adolescentes com TOC. A busca sistemática foi realizada nas bases de dados MEDLINE/PubMed, seguida da análise de resumos e artigos na íntegra por dois avaliadores independentes. Posteriormente, foi realizada a análise de evidência através do sistema Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation (GRADE). O tamanho de efeito da intervenção foi calculado através do d de Cohen. Foram localizados 77 artigos no PubMed e mais 12 artigos após busca cruzada de referências. Destes, sete artigos foram incluídos na revisão, segundo os seguintes critérios: ser estudo de intervenção, envolver apenas crianças e/ou adolescentes e possuir diagnóstico clínico ou estruturado de TOC. A escala Children’s Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (CY-BOCS) foi utilizada por todos os artigos para a avaliação de desfecho, permitindo avaliar o tamanho de efeito das intervenções não controladas (d = 1,43), que resultou em uma diferença de médias de cerca 13 pontos (IC95% 11,84-14,39; p < 0,001). Por outro lado, uma alta heterogeneidade foi detectada entre os estudos (I² = 67%). A TCC com intervenção familiar parece ter um efeito importante na redução dos sintomas de TOC na infância e adolescência. No entanto, os poucos estudos disponíveis não nos permitem estabelecer um grau de evidência maior do que C para essa recomendação. Novos ensaios clínicos randomizados são necessários para confirmar essa recomendação.
ISSN:0101-8108
DOI:10.1590/S0101-81082011000200010