Potencialidades da epidemiologia baseada em esgoto nas ações da Atenção Primária à Saúde em tempos de pandemia pela COVID-19
Com a presença de materiais genéticos do SARS-CoV-2 nas fezes de indivíduos infectados e em amostras de esgotos sanitários, novos desafios surgiram nas discussões sobre a COVID-19, destacando-se a Epidemiologia Baseada em Esgoto. Considerando o papel que a Atenção Primária à Saúde – APS desempenha n...
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Published in | JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750 Vol. 12; pp. 1 - 10 |
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Main Authors | , , , , |
Format | Journal Article |
Language | English |
Published |
25.07.2020
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Summary: | Com a presença de materiais genéticos do SARS-CoV-2 nas fezes de indivíduos infectados e em amostras de esgotos sanitários, novos desafios surgiram nas discussões sobre a COVID-19, destacando-se a Epidemiologia Baseada em Esgoto. Considerando o papel que a Atenção Primária à Saúde – APS desempenha na redução da incidência da infecção na população adscrita, com impacto direto nos índices de morbimortalidade, e levando em conta os desafios advindos das novas pesquisas de monitoramento dos esgotos, neste artigo, buscou-se discurtir as pontencialidades da Epidemiologia Baseada em Esgoto nos serviços da APS frente à COVID-19 no Brasil. O monitoramento do esgoto poderia subsidiar ações regionalizadas de contenção do vírus na APS, permitindo antecipar a mobilização dos serviços em áreas potencialmente em risco - onde a circulação do vírus seja detectada pelo monitoramento dos esgotos. Pela característica singular de ter o território como núcleo de análise e atuação, com as informações advindas dos esgotos, os serviços da APS poderiam organizar práticas educativas em cada comunidade, considerando as especificidades locais, a fim de potencializar a coordenação do cuidado e seus demais atributos. A Epidemiologia do Esgoto traria contribuições singulares aos serviços da APS, sendo capaz de monitorar tendências espaciais e temporais, produzir resultados em tempo quase-real (por meio de biossensores), gerar informações em escala populacional e determinar a situação da COVID-19 dentro e entre as comunidades. Ademais, demandaria menos gasto público, quando comparado aos testes clínicos. Frente às limitações financeiras e operacionais para a testagem em massa no Brasil, e mesmo com as limitações quanto à cobertura ideal dos serviços de saneamento em todas as cidades, os esgotos surgem como mais um ponto a ser considerado neste momento pandêmico, apresentando-se como uma ferramenta que pode fornecer um diagnóstico coletivo nas comunidades, somando no fortalecimento dos sistemas de vigilância sanitária, epidemiológica e ambiental no país. |
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ISSN: | 2179-6750 2179-6750 |
DOI: | 10.14295/jmphc.v12.1004 |