Razão, emoção e poder nos tribunais do júri

Resumo Neste trabalho, analisamos as afetações sofridas pelos juízes leigos durante a produção de sentença nos tribunais do júri. O corpus deste artigo foi formado por sessenta entrevistas semiestruturadas, concedidas por jurados dos dois tribunais do júri da cidade de João Pessoa, na Paraíba, reali...

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Published inRevista brasileira de ciências sociais Vol. 38; no. 111
Main Authors Zamboni, Marcela, Oliveira, Helma Janielle Souza de, Bernardo, Aristides Ariel
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published 2023
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Summary:Resumo Neste trabalho, analisamos as afetações sofridas pelos juízes leigos durante a produção de sentença nos tribunais do júri. O corpus deste artigo foi formado por sessenta entrevistas semiestruturadas, concedidas por jurados dos dois tribunais do júri da cidade de João Pessoa, na Paraíba, realizadas entre 2015 e 2019. Entre os achados da pesquisa, destacamos o silenciamento dos jurados, decorrente das relações de poder estabelecidas entre eles, por meio da distinção entre os juízes leigos, neófitos e profissionais, e os operadores jurídicos. A participação da sociedade civil esbarra na reprodução de práticas sociais perpetuadas no campo das decisões jurídicas engendradas pelo medo, vergonha e sentimentos de amizade, muitas vezes forjado entre os juízes leigos e destes em relação aos operadores jurídicos. Abstract In this work we analyze the affectations suffered by lay judges during the production of sentences in the jury courts. The corpus of this article consisted of sixty semi-structured interviews granted by jurors of the two jury courts in the city of João Pessoa, Paraíba, Brazil, carried out between 2015 and 2019. Among the research findings, the silencing of the jurors, due to the power relationships. established between them, through the distinction between lay, neophyte and professional judges, and forensic practitioners. The participation of civil society collides with the reproduction of social practices perpetuated in the field of legal decisions engendered by fear, shame and feelings of friendship, often forged among lay judges, and those in relation to forensic practitioners.
ISSN:0102-6909
1806-9053
DOI:10.1590/3811033/2023