Análise de discurso de pais de crianças com cardiopatia congênita

Sustentados pelo preceito de que a fala é atravessada pela ideologia e pelo inconsciente que causam e precedem o sujeito e preocupados com o processo de constituição do sujeito, decidimos explorar esse campo. Objetivo: intervir nos dizeres dos pais de crianças com cardiopatia congênita, analisar seu...

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Published inSigno Vol. 47; no. 88; pp. 193 - 199
Main Authors Regina Maria Ayres de Camargo Freire, Marcel Amaral Marques Ferraz
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Universidade de Santa Cruz do Sul 03.01.2022
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Summary:Sustentados pelo preceito de que a fala é atravessada pela ideologia e pelo inconsciente que causam e precedem o sujeito e preocupados com o processo de constituição do sujeito, decidimos explorar esse campo. Objetivo: intervir nos dizeres dos pais de crianças com cardiopatia congênita, analisar seus dizeres sobre sua relação com seus filhos e sua relação com a doença. Metodologia: trata-se de uma pesquisa de intervenção, desenvolvida com pais de crianças com cardiopatia congênita na cidade de São Paulo, Brasil, com o suporte do método conversacional, mecanismo psicanalítico proposta por J.-A. Miller. O pesquisador interagiu dialogicamente com os pais, gravou e transcreveu os encontros. Para a análise do material discursivo, o corpus, foi escolhido o mecanismo de leitura da Análise do Discurso de Michel Pêcheux. Resultados: os pais colocam seus filhos, no lugar de quem não pode ser autônomo, por causa da doença, tornando-lhes impossível viver nas mesmas condições que as crianças de sua idade experienciam, ainda que eles sejam liberados para as atividades pela equipe médica. Conclusão: há um excesso no relacionamento entre pais e filhos que se extravasa, promovendo a obliteração do sujeito, ou seja, mantendo essas crianças alienadas, segundo o desejo de seus pais. A impossibilidade da dissociação entre pais e filhos pode infligir perdas severas em seu processo de constituição enquanto subjetividades, dado serem tratados como se fossem crianças extremamente frágeis, o que não é o caso, impedindo-os de levar uma vida regular.
ISSN:1982-2014
DOI:10.17058/signo.v47i88.17401