“EU TENHO VERGONHA EM DIZER QUE SOU NEGRA, NINGUÉM GOSTA, NÉ”? AS CRIANÇAS E AS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS EM ITAPETINGA-BA

Nessa pesquisa tivemos por objetivo analisar como as crianças agem, acionam e vivenciam as noções de racismo e discriminação racial em suas relações com outras crianças e adultos; compreender o que significa, para as crianças, pertencer a uma categoria racial (branco e não branco) e como elas lidam...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inRevista Tempos e Espaços em Educação (Online) Vol. 12; no. 28; pp. 323 - 346
Main Authors Jesus de Santana, José Valdir, Oliveira Dias, Joanne, Santos Pereira, Reginaldo, Souza Cunha Júnior, Adenilson
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Universidade Federal de Sergipe 01.01.2019
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:Nessa pesquisa tivemos por objetivo analisar como as crianças agem, acionam e vivenciam as noções de racismo e discriminação racial em suas relações com outras crianças e adultos; compreender o que significa, para as crianças, pertencer a uma categoria racial (branco e não branco) e como elas lidam com essas categorias. A pesquisa, de caráter qualitativo, foi realizada entre abril e julho de 2017 e teve como colaboradores 35 crianças de uma escola de Ensino Fundamental localizada no município de Itapetinga-BA. Utilizamo-nos de autores como Abramowicz e Oliveira (2012), Abramowicz (2015), Oliveira (2004), Fazzi (2006), Cavalleiro (1998, 2014), Santiago (2014), Trinidad (2011, 2012), dentre outros. O estudo destaca que as crianças negras tendem a negar o seu pertencimento étnico-racial, recusam a sua cor da pele, estabelecem classificações e fazem leituras das desigualdades sócio-raciais. Contudo, esse processo de “captura” não ocorre de forma total, na medida em que as crianças reagem a ele: através das brigas, calando-se, “inventando” novos corpos (pintando o cabelo, alisando-o, etc.), mas sempre resistindo.
ISSN:2358-1425
2358-1425
DOI:10.20952/revtee.v12i28.9982