Mercados financeiros eletrônicos: características culturais, relações sociais e instrumentos financeiros na tomada de decisão dos corretores de valores

Esta pesquisa, conduzida pela ótica da chamada "Nova Sociologia Econômica", investiga a ação dos corretores de valores, com ênfase nas suas características profissionais, culturais, bem como nas relações sociais mantidas. Dessa feita, por meio de análise documental e de vinte entrevistas e...

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Published inCadernos de ciências sociais aplicadas Vol. 18; no. 32; pp. 21 - 50
Main Authors De Sousa Barros, Thiago, Otávio de Campos Andrade, Pedro
Format Journal Article
LanguageEnglish
Portuguese
Published Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 17.09.2021
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Summary:Esta pesquisa, conduzida pela ótica da chamada "Nova Sociologia Econômica", investiga a ação dos corretores de valores, com ênfase nas suas características profissionais, culturais, bem como nas relações sociais mantidas. Dessa feita, por meio de análise documental e de vinte entrevistas estruturadas, realizadas em 2018, no próprio ambiente de trabalho dos referidos operadores, este estudo tem cariz qualitativo e traz contribuições importantes para que se possa compreender a atuação desses agentes considerados fundamentais nos mercados financeiros eletrônicos. Em suma, este artigo examina de que maneira o processo decisório dos corretores constrói uma nuvem de palavras e uma sólida análise de sentimentos, com base no perfil das atividades exercidas, amalgamando as predileções por determinados instrumentos financeiros de análise no ato de comprar e vender ações. Os resultados mostram que as redes sociais estabelecidas entre profissionais da área são de vital importância para o processo decisório e que a ferramenta mais utilizada no cotidiano dos corretores é a análise gráfica (técnica). Desse modo, as análises fundamentalistas, macroeconômicas e estimações econométricas são relegadas a um plano menor. Por outro flanco analítico, nota-se que o corretor incorrerá em conflitos de interesses, pois objetiva maximizar taxas de corretagem (comissões) e pode indicar para os investidores “girar” o portfólio constantemente. A nuvem de palavras mostrou, ademais, que os entrevistados comparam, de forma recorrente, nuances dos mercados financeiros eletrônicos atuais com os tempos de pregão viva-voz e fazem uso constante de termos das finanças ao longo do discurso. Com relação à análise dos sentimentos, observa-se prevalência de animosidade entre corretores de valores, um comportamento que capta o otimismo desses atores em relação ao crescimento vertiginoso do mercado de capitais no país. Por fim, compreende-se que a cultura dos corretores de valores do Brasil, especialmente da cidade de Belo Horizonte, converge para a realidade de outros países e mercados financeiros pesquisados por autores da área de finanças sociais.
ISSN:1808-3102
2358-1212
DOI:10.22481/ccsa.v18i32.9023