Crises epilépticas no período neonatal: análise descritiva de uma população hospitalar

OBJETIVO: Investigar a incidência e a letalidade de crises epilépticas neonatais e as condições associadas à sua presença. MÉTODOS: Estudo retrospectivo observacional de base hospitalar com crianças nascidas de janeiro de 1995 a dezembro de 2004 acompanhadas por quatro semanas após o parto. Analisar...

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Published inRevista paulista de pediatria Vol. 27; no. 2; pp. 173 - 178
Main Authors Alves-Leon, Soniza Vieira, Bravo, Ieda Lucia P., Pontes, Ana Maria, Figueira, Gustavo Medeiros de A., Meira, Isabella D'Andrea, Thuler, Luiz Claudio S.
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 01.06.2009
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Summary:OBJETIVO: Investigar a incidência e a letalidade de crises epilépticas neonatais e as condições associadas à sua presença. MÉTODOS: Estudo retrospectivo observacional de base hospitalar com crianças nascidas de janeiro de 1995 a dezembro de 2004 acompanhadas por quatro semanas após o parto. Analisaram-se os dados referentes aos períodos pré-natal, intraparto e neonatal. RESULTADOS: Foram identificados 6.600 nascidos vivos de 6.483 partos, encontrando-se 61 casos incidentes de crises epilépticas neonatais (0,9%). A primeira crise ocorreu até 12 horas após o parto em 45,3% dos neonatos. Das mães analisadas, 32,8% apresentaram síndromes hipertensivas. Entre os 61 pacientes, 91,8% eram conceptos únicos e 4,9% eram primeiro e segundo gemelares. O peso foi menor que 2500g em 50,8% e a restrição do crescimento intrauterino ocorreu em 25,9% das gestações analisadas. Obervaram-se: hipoglicemia neonatal (56,5%), icterícia neonatal (52,1%) e asfixia perinatal (70,7%). Desenvolveram sepse bacteriana 32 crianças e 17 apresentaram síndrome de aspiração meconial ao nascer. O desequilíbrio ácido-básico ocorreu em 68,1% ao longo de 28 dias pós-parto. A letalidade foi de 47,4%, sendo mais frequente no sexo masculino (65,6%) e em filhos de mães afro-descendentes (67,2%). CONCLUSÕES: A incidência de crises epilépticas no período neonatal identificada neste estudo foi três a quatro vezes superior à incidência relatada em hospitais de países desenvolvidos, embora as características dos casos fossem semelhantes. A letalidade foi de 47,4% e a asfixia grave foi a condição patológica intraparto mais frequente. OBJECTIVE:To investigate their incidence and lethality of neonatal epileptic seizures and their associated conditions. METHODS: A retrospective observational hospital-based study was carried out in infants born between January 1995 and December 2004. The infants were followed up for four weeks after birth. Data on the prenatal, intrapartum and neonatal periods were analyzed. RESULTS: Among 6,483 deliveries resulting in 6,600 liveborn infants, 61 cases of neonatal epileptic seizures were identified (0.92%). The first seizure occurred within 12 hours after birth in 45.3% of the newborn infants. Hypertensive syndromes were present in 32.8% of mothers and intrauterine growth restriction occurred in 25.9% of the pregnancies. Of the 61 newborn infants, 91.8% were single births and 4.9% were first or second twins. In 50.8% of the infants, birthweight was below 2500g. Associated conditions were: hypoglycemia in 56.5%, jaundice in 52.1% and perinatal asphyxia in 70.7%. Thirty-two infants developed bacterial sepsis and 17 had meconium aspiration syndrome. Acid-base imbalance occurred in 68.1% during the neonatal period. Lethality was 47.4% and occurred more often among boys (65.6%) and in neonates of Afro-descendent mothers (67.2%). CONCLUSIONS: The incidence of neonatal epileptic seizures identified here was three to four times higher than the incidence found in hospitals of developed countries, although the cases characteristics were similar. Lethality rate was 47.4% and severe asphyxia was the most common pathological condition during delivery.
ISSN:0103-0582
0103-0582
DOI:10.1590/S0103-05822009000200009