Educação popular: de uma prática alternativa a uma estratégia de gestão participativa das políticas de saúde

A aproximação de muitos profissionais de saúde com o movimento da Educação Popular e a luta dos movimentos sociais pela transformação da atenção à saúde possibilitaram a incorporação, em muitos serviços de saúde, de formas de relação com a população bastante participativas e que rompem com a tradiçã...

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Published inPhysis (Rio de Janeiro, Brazil) Vol. 14; no. 1; pp. 67 - 83
Main Author Vasconcelos, Eymard Mourão
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 01.06.2004
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Summary:A aproximação de muitos profissionais de saúde com o movimento da Educação Popular e a luta dos movimentos sociais pela transformação da atenção à saúde possibilitaram a incorporação, em muitos serviços de saúde, de formas de relação com a população bastante participativas e que rompem com a tradição autoritária dominante. Contribuíram muito na desconstrução do autoritarismo dos doutores, do desprezo ao saber e à iniciativa dos doentes e familiares, da imposição de soluções técnicas para problemas sociais globais e da propaganda política embutida na forma como o modelo biomédico vem sendo implementado. No entanto, não basta alguns saberem fazer. É preciso que esse saber seja difundido e generalizado nas instituições de saúde. O avanço da força dos grupos políticos ligados aos movimentos sociais do Brasil vem criando condições institucionais para superar a fase em que essas práticas de saúde mais integradas à lógica de vida da população aconteciam apenas em experiências alternativas pontuais e transitórias. É preciso encontrar os caminhos administrativos e de formação profissional que permitam sua generalização no SUS. Many health professionals in Brazil have been drawn to the popular education movement and the struggle by grassroots social movements to change the country's health care system. As a result, numerous health services in the country have incorporated participatory relations with the community that break with the prevailing authoritarian tradition. Such relations have helped deconstruct: medical authoritarianism, the disregard for patient and family knowledge and initiatives, imposition of technical solutions to broader social problems, and political propaganda embedded in the implementation of the biomedical model. However, it does not suffice for only few to adopt such an approach. It is necessary to disseminate such knowledge in health institutions as a whole. The increasing strength of the Brazilian social movement is creating the institutional conditions to move beyond a previous phase in which health practices integrated with the logic of the population's reality occurred in only a limited number of transient alternative experiences. It is necessary to find administrative channels and professional training to foster the widespread adoption of such approaches within the Unified National Health System (SUS).
ISSN:0103-7331
0103-7331
DOI:10.1590/S0103-73312004000100005