Forma arquitetônica e usos do solo: um estudo sobre seus efeitos na ocorrência de crimes

Resumo Apesar de estudos empíricos já realizados sugerirem que os usos comerciais estão associados a maiores taxas de delitos, estes não levam em consideração especificidades da relação entre os usos não residenciais e sua inserção na edificação, tampouco diferenciam entre atividades de vizinhança i...

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Published inAmbiente Construído Vol. 18; no. 4; pp. 427 - 444
Main Authors Barause, Letícia, Saboya, Renato Tibiriçá de
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 01.10.2018
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Summary:Resumo Apesar de estudos empíricos já realizados sugerirem que os usos comerciais estão associados a maiores taxas de delitos, estes não levam em consideração especificidades da relação entre os usos não residenciais e sua inserção na edificação, tampouco diferenciam entre atividades de vizinhança imediata, do bairro ou da cidade como um todo. A partir disso, buscamos investigar se os estabelecimentos nãoresidenciais na área conurbada de Florianópolis (ACF) são atratores de criminalidade mesmo quando estão inseridos em edificações residenciais, bem como se há diferença nos efeitos de usos não residenciais de diferentes raios de abrangência. Extraímos uma amostra de 100 segmentos de ruas e comparamos suas características arquitetônicas e de uso do solo com as taxas de ocorrências criminais. Os resultados indicam que usos comerciais isolados na edificação estão relacionados a maiores taxas de crimes, enquanto edificações com usos comerciais e residenciais combinados se mostraram mais seguras. Ficou evidenciado também que usos não residenciais na escala da cidade são criminogênicos, o que não acontece com aqueles de bairro e de vizinhança, e que em áreas mais densas, onde hácerta verticalização, há menor taxa de crimes. Abstract Although empirical studies strongly suggest that commercial activities are associated with higher crime rates, they do not consider whether there is any difference in the effects of isolated commercial activities, as opposed to those integrated to residential activities in the same building, and neither do they differentiate between non-residential activities in the immediate neighbourhood, in the district and city-wide. Thus, we investigated if non-residential activities in the conurbated area of Florianópolis (FCA) may be considered criminogenic even when they are integrated with residential activities in mixed buildings, and also whether different catchment areas could explain higher or lower crime rates. With that purpose, we randomly selected a sample of 100 street segments and compared their architectural and land use characteristics to crime rates. The results showed that isolated commercial use is associated with higher crime rates, whereas buildings with combined commercial and residential uses are not. The evidence also suggested that city-wide non-residential activities are criminogenic whereas those at the neighbourhood and district level do not show any association one way or another, and that higher densities, usually linked to verticalisation, were associated with lower crime rates.
ISSN:1678-8621
1678-8621
DOI:10.1590/s1678-86212018000400314