Mentalidades acadêmicas: cotidiano de pesquisa e pós-graduação em história numa perspectiva comparada (Brasil e Itália)

Eis que os colegas italianos não conhecem o nosso sentimento de inferioridade. Não sabem o que é vir de uma nação forjada na margem. Não sabem o que é pensar a própria história sem encontrá-la espetacularmente materializada nas torres, nos afrescos, nos becos tortuosos, nos mármores, no panorama pon...

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Published inDiálogos (Maringá, Brazil) Vol. 5; no. 1
Main Author Plínio Freire Gomes
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Universidade Estadual de Maringá 01.06.2017
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Summary:Eis que os colegas italianos não conhecem o nosso sentimento de inferioridade. Não sabem o que é vir de uma nação forjada na margem. Não sabem o que é pensar a própria história sem encontrá-la espetacularmente materializada nas torres, nos afrescos, nos becos tortuosos, nos mármores, no panorama pontuado de ruínas. Em compensação conhecem um paradoxo. Na Itália contemporânea, a abundância do patrimônio histórico é inversamente proporcional às perspectivas de trabalho dos seus historiadores. O Brasil, ao contrário, experimenta o subdesenvolvimento. Por conta disto, é inegável que nossa produção intelectual traga a marca de problemas infra-estruturais. O corte de verbas do atual governo, o empobrecimento das universidades e as restrições em termos de bibliotecas e arquivos nada têm a ver com mentalidades. São fatos perfeitamente reais e tangíveis contra os quais devemos lutar.
ISSN:1415-9945
2177-2940