Uso de surfactante exógeno no tratamento da bronquiolite viral grave: relato de caso Exogenous surfactant treatment for severe acute viral bronchiolitis: case report

OBJETIVO: descrever os possíveis efeitos clínicos e laboratoriais da instilação traqueal de surfactante exógeno a um lactente com bronquiolite viral aguda grave e submetido a ventilação mecânica. RELATO: menina de 2 meses de idade com diagnóstico clínico de bronquiolite viral aguda e submetida a ven...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Published inJornal de pediatria Vol. 77; no. 2; pp. 143 - 147
Main Authors Luciano S. Vitola, Jeferson P. Piva, Pedro C.R. Garcia, Francisco Bruno, Ana P. Miranda, Vanessa F. Martha
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Elsevier 01.04.2001
Subjects
Online AccessGet full text

Cover

Loading…
More Information
Summary:OBJETIVO: descrever os possíveis efeitos clínicos e laboratoriais da instilação traqueal de surfactante exógeno a um lactente com bronquiolite viral aguda grave e submetido a ventilação mecânica. RELATO: menina de 2 meses de idade com diagnóstico clínico de bronquiolite viral aguda e submetida a ventilação mecânica, necessitando de altos picos de pressão inspiratória positiva (35 a 45 cmH2O) e elevada fração de oxigênio inspirado (FiO2= 0,9), sem resposta clínica favorável ou melhora na gasometria arterial. Optou-se por instilar surfactante exógeno endotraqueal (Exosurf®, Glaxo - 50 mg/kg) para permitir utilizar um regime ventilatório menos agressivo. RESULTADOS: quatro horas após a administração do surfactante, foi possível reduzir o pico inspiratório de pressão (PIP) de 35 para 30 cmH2O; a FiO2 de 0,9 para 0,6 e aumentar a pressão positiva ao final da expiração (PEEP) de 6 para 9 cmH2O. Neste período observou-se uma elevação na relação paO2/FiO2 de 120 para 266. Ao completar 24 horas, a FiO2 pôde ser reduzida até 0,4. DISCUSSÃO: neste relato pretendemos demonstrar que a inativação do surfactante pode ser um fator decisivo na evolução desfavorável de alguns casos graves de bronquiolite. A instilação traqueal de surfactante, nestes casos, além de promover uma rápida resposta clínica, permite que se adotem técnicas ventilatórias menos agressivas.OBJECTIVE: to describe the possible clinical and laboratory effects of exogenous surfactant instillation into the tracheal tube of a child with severe acute bronchiolitis undergoing mechanical ventilation. CASE REPORT: a 2-month-old girl with clinical diagnosis of acute viral bronchiolitis underwent mechanical ventilation. She required high positive inspiratory peak pressure (35 to 45 cmH2O) and high inspiratory fraction of oxygen (FiO2 = 0.9), but showed no clinical response or improvement in the arterial blood gas analysis. An exogenous surfactant (Exosurf®, Glaxo - 50 mg/kg) was used to facilitate the use of a less aggressive ventilatory strategy. RESULTS: four hours after surfactant administration, it was possible to reduce the positive peak inspiratory pressure (PIP) from 35 to 30 cmH2O, and FiO2 from 0.9 to 0.6; and to increase the positive end-expiratory pressure (PEEP) from 6 to 9 cmH2O. During this period the paO2/FiO2 ratio increased from 120 to 266. At the end of 24 hours, FiO2 could be reduced to 0.4. DISCUSSION: surfactant inactivation may be a decisive factor in the unfavorable evolution of some severe cases of acute bronchiolitis. The tracheal instillation of exogenous surfactant, in these cases, allows us to adopt less aggressive ventilatory strategies, and promotes rapid clinical responses.
ISSN:0021-7557
1678-4782
DOI:10.1590/S0021-75572001000200016