Seroprevalência do Anticorpo do Vírus na Hepatite A em Viajantes Portugueses: Um Novo Paradigma

Introdução: A prevalência da hepatite A em Portugal tem diminuído nas últimas décadas, sobretudo nos jovens adultos. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência do anticorpo contra o vírus da hepatite A numa população que recorreu à consulta de Medicina do Viajante.Material e Métodos: Avaliamo...

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Published inActa médica portuguesa Vol. 30; no. 7-8; pp. 534 - 540
Main Authors Rocha, Sónia, Tejo, Sandra, Ferreira, Eugénia, Trindade, Luís, Rabadão, Eduardo, Marques, Nuno, Saraiva da Cunha, José
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published 31.08.2017
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Summary:Introdução: A prevalência da hepatite A em Portugal tem diminuído nas últimas décadas, sobretudo nos jovens adultos. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência do anticorpo contra o vírus da hepatite A numa população que recorreu à consulta de Medicina do Viajante.Material e Métodos: Avaliamos a serologia de hepatite A, hepatite B, hepatite C e do vírus da imunodeficiência humana, através de imunoensaio enzimático padrão, de viajantes com idade igual ou superior a 18 anos. Excluímos aqueles previamente vacinados contra o vírus da hepatite A, com diagnóstico prévio de infeção pelos vírus da hepatite B, hepatite C e/ou vírus da imunodeficiência humana, estrangeiros e emigrantes. Aplicamos um inquérito epidemiológico prospetivo e analisamos os dados estatisticamente com o SPSS® versão 18.Resultados: Participaram no estudo 665 viajantes, dos quais 57,6% (n = 383) eram imunes para o vírus da hepatite A. Foram estratificados por oito grupos etários e, para cada um, foi avaliada a presença de imunidade: 5,0% (n = 1) nos 18 - 25 anos, 32,3% (n = 21) nos 26 - 30 anos, 40,9% (n = 47) nos 31 - 35 anos, 45,8% (n = 54) nos 36 - 40 anos, 68,7% (n = 79) nos 41 - 45 anos, 70,1% (n = 68) nos 46 - 50 anos, 80,8% (n = 63) nos 51 - 55 anos e 87,7% (n = 50) com idade igual ou superior a 56 anos. Dos que aceitaram realizar rastreio, detetou-se o anticorpo hepatitis B core em 0,6% (n = 3) viajantes, infeção pelo vírus da hepatite C em 1,1% (n = 6) e pelo vírus da imunodeficiência humana em 0,5% (n = 3), cujos estados serológicos eram desconhecidos. O destino mais frequente foi a África Subsariana (72,6%; n = 483).Discussão: Detetamos 49,1% (n = 260) viajantes suscetíveis a infeção pelo vírus da hepatite A e o grupo dos 40 aos 50 anos de idade, 30,7% (n = 65) ainda necessita de proteção vacinal.Conclusão: A prevalência do anticorpo contra o vírus da hepatite A tem diminuindo na população Portuguesa, aumentando a suscetibilidade a esta infeção nas deslocações a áreas endémicas.
ISSN:0870-399X
1646-0758
DOI:10.20344/amp.8130