Triexifenidila: caracterização de seu consumo abusivo por um grupo de usuários na cidade de São Paulo

O abuso de drogas anticolinérgicas na indução de estados mentais alterados, como alucinações e delírios, é amplamente conhecido. Entre essas, a triexifenidila (TEF) (Artane®) parece ser a mais abusada. No Brasil, seu consumo já foi observado entre pacientes psicóticos, estudantes de 1º e 2º graus da...

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Published inRevista de psiquiatria clínica Vol. 30; no. 6; pp. 207 - 217
Main Authors Raymundo, Marcelo, Nappo, Solange Aparecida, Oliveira, Lúcio Garcia de, Sanchez, Zila van der Meer, Carlini, Elisaldo de Araújo
Format Journal Article
LanguagePortuguese
Published Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 2003
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Summary:O abuso de drogas anticolinérgicas na indução de estados mentais alterados, como alucinações e delírios, é amplamente conhecido. Entre essas, a triexifenidila (TEF) (Artane®) parece ser a mais abusada. No Brasil, seu consumo já foi observado entre pacientes psicóticos, estudantes de 1º e 2º graus da rede pública, meninos de rua e usuários de crack. Diante da carência de relatos brasileiros que retratassem o consumo inadequado da triexifenidila, esse estudo foi conduzido para caracterizar a população usuária e as razões subjacentes ao seu abuso. Utilizando-se de metodologia qualitativa e amostra intencional selecionada por critérios (21 usuários e 16 ex-usuários), observou-se a predominância de homens solteiros, poliusuários e sem vínculos empregatícios, que relataram o abuso da droga na obtenção, principalmente, de alucinações e delírios. A TEF, consumida em associação a álcool, outras drogas lícitas (BZD) e ilícitas, interfere nas funções cognitivas, como memória, atenção e aprendizado, prejudicando os usuários no desempenho de muitas de suas atividades cotidianas. Por ser relatada como medicamento de fácil acesso, baixo custo e com efeitos drásticos na vida do usuário, os resultados apontam para a necessidade de medidas mais efetivas em sua liberação, além da necessidade de adoção de medidas preventivas para que seu abuso seja evitado.
ISSN:1806-938X
DOI:10.1590/S0101-60832003000600003