Artefatos de Conhecimento e Redes de circulação no Império português setecentista: entre as instituições e os processos auto-organizados
O objetivo deste artigo é analisar aspectos do desenvolvimento de uma economia ligada a dinâmicas de produção e circulação do conhecimento no Império português a partir da segunda metade do século XVIII. As sociedades do Antigo Regime impuseram características peculiares aos processos de atribuição...
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Published in | Anais do Museu Paulista Vol. 32; pp. 1 - 29 |
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Main Author | |
Format | Journal Article |
Language | Portuguese |
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Museu Paulista, Universidade de São Paulo
2024
Universidade de São Paulo, Museu Paulista |
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ISSN | 0101-4714 1982-0267 1982-0267 |
DOI | 10.11606/1982-02672024v32e20 |
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Summary: | O objetivo deste artigo é analisar aspectos do desenvolvimento de uma economia ligada a dinâmicas de produção e circulação do conhecimento no Império português a partir da segunda metade do século XVIII. As sociedades do Antigo Regime impuseram características peculiares aos processos de atribuição de mérito ao conhecimento produzido, principalmente, por agentes não oficiais, envolvendo sociabilização, origem social e até mesmo raça. Nesse sentido, as estruturas sociais do Império tiveram um impacto significativo na vida desses agentes, afetando não apenas os processos de mecanismos de cooperação em redes auto-organizadas ou institucionais, mas também a própria mobilidade social. Para cumprir este objetivo, serão analisadas fontes documentais produzidas em torno da coleção, comércio e circulação de artefatos de História Natural, produzidas por agentes que estiveram, ao mesmo tempo, ligados às atividades de redes auto-organizadas, e também às instituições oficiais do Império. A partir dos referenciais teóricos da História do Conhecimento, pretende-se demonstrar como, através da ampliação da acessibilidade social do conhecimento, estes processos conectaram indivíduos através de redes e instituições imperiais, contribuindo para a formação de uma sociedade global do conhecimento.
This paper aims to analyse aspects of the development of a knowledge economy linked to the dynamics of knowledge production and circulation in the Portuguese Empire from the second half of the 18th century onwards. The societies of the Ancien Régime imposed peculiar characteristics on the processes of attributing merit to knowledge produced mainly by unofficial agents, involving socialisation, social origin and even race. In this sense, the social structures of the Empire had a significant impact on the lives of these agents, affecting not only the processes of cooperation mechanisms in self-organized or institutional networks but also social mobility itself. To achieve this objective, we will analyse documentary sources on natural philosophy and medicine produced by agents who were simultaneously linked to the activities of self-organised networks and to the official institutions of the Empire. Using the theoretical frameworks of the History of Knowledge, the aim is to demonstrate how, by increasing the social accessibility of knowledge, these processes connected individuals through imperial networks and institutions, contributing to the formation of a global knowledge society. |
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ISSN: | 0101-4714 1982-0267 1982-0267 |
DOI: | 10.11606/1982-02672024v32e20 |