Avaliação do Conhecimento das Mulheres com Epilepsia em Idade Fértil sobre o Impacto da sua Doença na Contraceção, Gravidez e Amamentação: Um Estudo Transversal Multicêntrico

Introdução: A interação dos fármacos anticrise epilética com os métodos contracetivos, a sua potencial teratogenicidade e as implicações na gravidez e amamentação são aspetos a considerar no acompanhamento de mulheres com epilepsia em idade fértil. Para o seu desejado envolvimento nas decisões terap...

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Published inActa médica portuguesa
Main Authors Lopes das Neves, Pedro, Ventura, Rita, Sobral-Pinho, André, Silva, Elisa, Morgadinho, Afonso, Vitor, Joana, Miranda, Miguel, Madureira, Beatriz, Moniz Dionísio, Joana, Pinheiro, Rita, Delgado, Sofia, Carapinha, Duarte, Rego, André, S´á, Francisca, Pelejão, Maria Rita, Antunes, Francisco, Marques, Inês, Brito da Silva, Vanessa, Castro Sousa, Sandra, Peres, João, Martins, António, Tojal, Raquel
Format Journal Article
LanguageEnglish
Published Ordem dos Médicos 01.06.2023
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Summary:Introdução: A interação dos fármacos anticrise epilética com os métodos contracetivos, a sua potencial teratogenicidade e as implicações na gravidez e amamentação são aspetos a considerar no acompanhamento de mulheres com epilepsia em idade fértil. Para o seu desejado envolvimento nas decisões terapêuticas e o adequado planeamento da maternidade, é essencial que as mulheres estejam corretamente informadas acerca das implicações da sua doença. O objetivo principal do presente estudo foi avaliar o conhecimento das mulheres com epilepsia em idade fértil sobre o impacto da epilepsia na contraceção, gravidez e amamentação. Como objetivos secundários definiram-se (1) a caracterização demográfica, clínica e terapêutica deste grupo de doentes, (2) a identificação de variáveis correlacionadas com o nível de conhecimento das mulheres com epilepsia, e (3) a identificação de meios e suportes preferenciais para aquisição de novos conhecimentos sobre epilepsia.Material e Métodos: O estudo foi observacional, transversal e multicêntrico, tendo decorrido em cinco centros hospitalares da região metropolitana de Lisboa. Após identificação das mulheres com epilepsia em idade fértil seguidas na Consulta de Epilepsia de cada centro, aplicou-se um questionário eletrónico construído após revisão não sistemática da literatura.Resultados: Foram validadas 114 participantes, com uma idade mediana de 33 anos. Metade das participantes apresentavam-se sob monoterapia, tendo a maioria a epilepsia controlada há pelo menos seis meses. Identificaram-se importantes lacunas no conhecimento das participantes. Conceitos sobre complicações dos fármacos anticrise epilética e a sua administração durante a gravidez motivaram piores resultados. Não houve correlação entre variáveis clinico-demográficas e o resultado no questionário. A ocorrência de gravidez prévia e o desejo de amamentar numa gravidez futura correlacionaram-se com o desempenho na secção sobre amamentação. A discussão oral na consulta foi a forma preferencial para aquisição de novos conhecimentos sobre epilepsia, tendo a internet e as redes sociais sido os meios menos escolhidos.Conclusão: O conhecimento das mulheres com epilepsia em idade fértil na área metropolitana de Lisboa sobre o impacto da sua doença na contraceção, gravidez e amamentação parece apresentar lacunas importantes. A educação para a saúde deste grupo deverá constituir uma preocupação por parte das equipas médicas, devendo privilegiar-se a consulta como local de ensino.
ISSN:0870-399X
1646-0758
DOI:10.20344/amp.19156